A prefeitura de Taquaritinga interrompeu essa semana as duas vias de ligação dos distritos de Jurupema e Vila Negri à cidade de Cândido Rodrigues, na região Noroeste do Estado de São Paulo. O trânsito dessas vias, formado principalmente por distribuidores que fazem a colheita e o transporte de frutas da região, foi desviado para a rodovia Washington Luís, e direcionado para barreiras sanitárias instaladas na entrada de Taquaritinga. A medida foi tomada pelo prefeito Vanderlei Mársico, segundo notas da assessoria de imprensa da cidade, “após a prefeitura da cidade vizinha endurecer as medidas de isolamento social.”
Nas redes sociais do pessoal que transita por ali, a informação que circulou é de que havia um surto de covid-19 descontrolado em Cândido Rodrigues, onde mais de 20 pessoas teriam sido contaminadas no velório de um parente morto pela doença. A Prefeitura estaria monitorando 63 pessoas que compareceram ao velório. “Está fora de controle lá”, disse um motorista.
“Esse surto é muito preocupante, porque de um lado vai afetar os trabalhadores na colheita, os agricultores familiares que também lidam com as lavouras e vai impactar no abastecimento interno de frutas. Pode ainda servir de vetor de disseminação”, alerta o engenheiro agrônomo Osvaldo Aly Junior, pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Documentação Rural (Nupedor), da Universidade de Araraquara.
Taquaritinga, com 57 mil habitantes e 11 casos de covid-19 confirmados, é conhecida como “capital da goiaba”, sede da maior fábrica de goiabada da América do Sul, a Guari Fruits, e os 800 produtores instalados ali, 70% deles com propriedades de menos de 50 hectares, também plantam carambola, maracujá, abacate, lichia, tangerina, soja e amendoim, produzem leite e carne. A região é responsável por 40% da produção nacional de frutas e pelo abastecimento dos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Cândido Rodrigues tem apenas 2.668 moradores e segundo o IBGE, 10 foram contaminados. Aly diz que a preocupação existe porque, embora pareça um problema local, a dinâmica do trabalho nas lavouras da região envolvem a movimentação intensa de trabalhadores. “Não são mão de obra fixa, trabalham em diferentes municípios dessa microrregião. Quem colhe em Cândido Rodrigues, colhe em Taquaritinga, em Monte Alto, em Jaboticabal, uma hora está na cana, outra na fruta. Ele anda na região. Há relatos de que é comum ver esse pessoal fazendo a colheita sem máscaras e sem distanciamento social”, diz.
Exceto por experiências episódicas, há muito o Brasil abdicou de estratégias consistentes para a promoção do efetivo desenvolvimento do país. Mesmo os debates sobre o tema do desenvolvimento perderam espaço na agenda nacional. Ao que parece nos conformamos com a caracterização de ‘país emergente’!
Tem sido ‘mais fácil’ a duvidosa projeção do Brasil para o status de ‘o grande líder’ do planeta na oferta de algumas commodities agropecuárias, no caso. Afinal, basta a rendição aos interesses da grande exploração agropecuária; a aposta na tradição primário-exportadora do país; e nos cenários promissores de uma forte demanda alimentar mundial, centrada na Ásia, que ademais de superlativa tem a ‘vantagem’ adicional de apresentar-se livre de tensões socioambientais. E isto, sem base regulatória interna capaz de efetivamente mitigar, contornar, reparar ou remunerar os vultosos custos socioambientais e territoriais, e as perdas econômicas implícitas ao projeto.
O fato é que a trajetória de desindustrialização do Brasil tem sido acompanhada do avanço da economia do agronegócio sob o controle do capital internacional, com baixa internalização e diversificação de efeitos econômicos no elo industrial desta vasta cadeia que tem na arcaica estrutura de posse da terra e nas mazelas da sua utilização, as dimensões fundantes do projeto.
De 2005 para 2018 as exportações brasileiras do agronegócio saltaram de US$ 43.5 bilhões, para US$ 101.4 bilhões, sendo que em 2019 houve um recuo de 4.3% no valor exportado em razão da queda de 6.9% no índice de preços das exportações do agronegócio brasileiro. Ainda assim, o setor aumentou sua participação nas exportações do Brasil, de 42,3% do total em 2018 para 43,2% em 2019. No período de 2005 para 2019, a participação da China nas compras dos produtos do agronegócio do Brasil saltou de 7% para 35%.
Para destacar um dos múltiplos efeitos colaterais dessa duvidosa opção brasileira, em 2019, a área requerida para a produção do volume exportado de soja (90 milhões de toneladas considerado o complexo soja) foi de cerca de 29 milhões de hectares, ou 80% dos 36 milhões de hectares da área plantada com soja na safra. No caso do milho, a área plantada para produzir os 43 milhões exportados equivaleu a 8.2 milhões hectares, ou 46% da área total plantada com milho. Em resumo, para exportar apenas esses dois produtos o Brasil utiliza área equivalente a 51% da área total com lavouras temporárias (73 milhões ha), ou 59% da área total plantada com grãos (63 milhões ha).
Com as prioridades focadas para o setor exportador simultaneamente observa-se a fragilização das estruturas de produção e abastecimento dos alimentos essenciais da dieta básica dos brasileiros. No caso da estrutura produtiva, vimos que a área com lavouras do país passou a ser ocupada preponderantemente com as commodities exportáveis. Para demonstrar o fenômeno em perspectiva, as figuras abaixo apresentam os índices de área plantada de culturas selecionadas no período de 1995 a 2019 (com 1995=100). A primeira figura apresenta o índice para culturas com elevados conteúdos exportadores: soja, cana e milho. No caso do milho, trata-se de produto que penas
recentemente passou a ter peso substancial nas exportações. Em 2010 o Brasil exportava 11 milhões de toneladas de milho; em 2019 o país exportou 43 milhões de toneladas passando a assumir a 2ª colocação no ranking mundial, pouco atrás dos EUA. Na 1ª figura, vemos que o índice passou de 100 para 315.5 no caso da soja; para 129.6 no caso do milho; e 217 para a cana. Na figura seguinte, os índices decresceram de 100, para 38.7 no caso do arroz; 53.1 para o feijão; 60.8 para a mandioca; e 66.6 para batata.
Gráfico 1
A política de crédito rural oficial (e também a privada) um dos instrumentos indutores dessa realidade, ‘abandonou’ o financiamento da produção dos alimentos mais presentes na culinária brasileira. Para agravar, desde o golpe de 2016 e, em especial, com o atual governo, os estoques públicos de alimentos simplesmente deixaram de ser preocupação por parte do poder público, conforme demonstraremos. Derivado desse quadro, o Brasil experimenta fenômeno de carestia dos alimentos, o qual, por suposto, pune de fora desproporcional as camadas populacionais nas faixas inferiores de renda que são a grande maioria da população brasileira.
Sobre o crédito, Em 2019, dos R$ 61,8 bilhões das dotações do crédito rural oficial aplicados no custeio das lavouras, 81% foram destinados ao custeio da soja, milho, café e
cana, sendo que somente o custeio da soja consumiu 49.2% desses recursos. Especificamente no Pronaf, que deveria estar voltado para a produção de comida, o quadro não é diferente. Em 2019, o custeio da soja consumiu 42% dos R$ 8.2 bilhões aplicados no custeio das lavouras pelo programa.
Sobre os estoques públicos de alimentos, observe-se na sequência de figuras a seguir, a evolução (2014/2020) do volume médio dos estoques de alimentos estratégicos, no período de janeiro a maio.
Gráfico 2
Produção decrescente dos alimentos básicos da dieta brasileira. Em toneladas. Fonte: CONAB. Organização: autor.
No quadro abaixo, comparamos os estoques médios dos alimentos (jan/mai 2020) com os respectivos níveis do consumo nacional para demonstrar o estado crítico dessa relação, que traduz rigorosamente o abandono de uma política decisiva para a estabilidade dos preços e da garantia da segurança alimentar:
Quadro 1
Organização: autor.
Em resumo, mesmo com a demanda alimentar represada por conta da crise econômica, neste momento levada ao extremo pelos efeitos da pandemia, ainda assim, constata-se acentuada vulnerabilidade do abastecimento alimentar que vem se refletindo em processo de inflação da comida que pune ainda mais as populações vulneráveis.
De acordo com o IBGE, no acumulado do período de janeiro/abril do presente ano, o IPCA geral variou 0.22% e o da “alimentação no domicílio”, 3.94%, ou 18 vezes mais que o índice geral. Esse resultado ponderado ‘acoberta’ altas estratosféricas nesse período de alguns alimentos dos mais essenciais da dieta dos brasileiros. Ressalvadas sazonalidades, de janeiro a abril os preços médios da cenoura saltaram 97% (441 vezes maior que o IPCA Geral); os do tomate, 52%; cebola, 49%; batata, 42%; feijão, 23%; banana, 20%, etc.
Portanto, ante o exposto, é realista afirmar que o Brasil somente não experimenta uma grave crise no abastecimento alimentar interno por conta do incremento da pobreza, da miséria, e consequentemente da fome, o que obviamente impacta na redução da demanda alimentar. Qualquer projeto ou iniciativa de recuperação da economia brasileira e, por conseguinte, do emprego e da renda, deve ser acompanhado de medidas robustas pelo ajustamento da oferta alimentar. Para agravar, mesmo as importações de alimentos estratégicos a exemplo do trigo, enfrentam os efeitos do ‘novo câmbio’ e a insensatez política do atual governo que dissemina a beligerância mesmo entre nações aliadas históricas.
*ABRA é a Associação Brasileira de Reforma Agrária. O artigo foi divulgado originalmente pela Secretaria Geral do MST em 31 de maio.
De: Fernando Mendonça Heck (IFSP- Tupã) & Lindberg Nascimento Júnior (UFSC), 27 de maio, 2020.
Mapa mostra a concentração de pessoas infectados pelo coronavírus em torno dos frigoríficos de abatimento de aves no sul do Brasil até dia 20 de maio.
Segundo Fernando Mendonça Heck, do Instituto Federal de São Paulo em Tupã, “os frigoríficos já são conhecidos pelo preocupante número de casos de agravos à saúde do trabalhador relacionados diretamente ao processo produtivo como as Lesões Por Esforços Repetitivos”. Porém, os casos da Covid-19 aprofundam essa situação que degrada a saúde dos trabalhadores, pois “apesar de serem considerados atividades essenciais, o processo produtivo aglomera trabalhadores em ambientes fechados com baixa taxa de renovação de ar e sem o distanciamento mínimo necessário para evitar o contágio. Tais condições favorecem a proliferação do vírus”, afirma o pesquisador.
Para Lindberg Nascimento Júnior, da Universidade Federal de Santa Catarina, “o conhecimento do padrão espacial da COVID-19 não somente oferece possibilidades de criar mapeamentos e produtos cartográficos informativos e de fácil assimilação, mas principalmente a produção de um conhecimento que auxilie nos processos decisórios para a proteção, segurança e saúde dos/as trabalhadores/as, principalmente em setores que, em sua maioria, não tiveram as atividades paralisadas em função da pandemia”.
O estudo foi baseado tendo como universo de análise os municípios da Região Sul e as informações de casos confirmados da COVID-19 – conforme Radar COVID-19 até o dia 20/05/2020 – e o número de vínculos (empregos) e estabelecimentos associados a frigoríficos de aves e suínos obtidos via Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Os pesquisadores destacam que irão publicar os resultados da pesquisa em periódico científico e que a mesma está relacionada ao projeto universal, financiado pelo CNPQ, e intitulado “Cartografia da Saúde do(a) trabalhador(a) em frigoríficos no Brasil”, coordenado pelo professor Fernando Mendonça Heck do IFSP-Tupã, bem como no conjunto das ações do projeto “Corona-GIS” da Universidade Federal de Santa Catarina, do qual o Professor Lindberg Nascimento Júnior faz parte.
A descoberta do padrão combina com a experiência de trabalhadores na agroindústria de carnes em diversos países da América, como mostra vários artigos publicados recentemente neste site.
“Enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura da imprensa, porque só fala de Covid, é ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, de Ministério da Agricultura, de Ministério de Meio-Ambiente,” diz o Ricardo Salles, ministro do Meio-Ambiente em uma gravação da reunião ministerial do dia 22 de abril, 2020, revelada em 22 de maio.
No seguinte artigo, a antropóloga Dibe Ayoub e mais três colegas examinaram o perigo não só de destruição ambiental, mas também de fome em massa provocada pelas ações perversas do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro, Covid-19 and the specter of hunger in Brazil
Posto por Dibe Ayoub, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 30 de abril, 2020
The COVID-19 pandemic arrives in Brazil at a time of political and economic crisis, deepened by the fact that the far-right president Jair Bolsonaro is one of the few remaining world negationist leaders – frequently minimizing the gravity of the pandemic and urging for the end of social isolation measures so that economic activity may resume to “normality”. As of April 19th, the National Executive Branch had not yet released any money to guarantee food security and income transfer, despite the fact that:
1) more than two weeks ago, the National Congress authorized the payment of an emergency basic income for families in a situation of socioeconomic vulnerability;
2) many federal states have been in social isolation for over a month;
3) 40.7% of working population in Brazil is in the informal sector.
Por: Priscila Delgado de Carvalho, CASAS, 17 May 2020
Cocina popular en Paraguay Fuente: CASAS – Collective of Agrarian Scholar-Activists from the South
The government of Paraguay adopted preventive sanitary measures on March 10th, prohibiting activities that gather many people, and, later, on March 28th, adopted stronger measures for isolation. On March 13th, the government announced an increase in the value of the cash transfer programs to the vulnerable and senior population (Tekoporã and Adulto Mayor). There were discussions about how to provide food baskets for poor families and the government finally decided to offer the support in the form of a bonus (of around USD 1-1,50/day, per family, the amount also being a contested issue). Around 24% of the population lives below the poverty line and widespread informal workers are especially affected by the isolation measures.
Fresh food prices (tomatoes, potatoes, onions) have risen abusively in the country – rural unions spoke of 100-500% raise. The increase was a consequence of impacts of the pandemics on food imports from Argentina and by intermediaries’ bad practices, says the Ministry of Agriculture and Livestock (MAG). Officials claimed that both governments were working to solve the problem. The Ministry has announced a decrease in taxes, supervision over intermediaries, price controls and active search for other importers.
In Paraguay, agribusiness controls 94% of agricultural land. The remaining 6% is in the hands of small farmers – some producing for self-consumption and many far from the capital Assunción and its outskirts that concentrate ⅓ of the countries’ population. One of the consequences of this level of land concentration, allied to a lack of support for indigenous, peasants and small farmers, is that Paraguay depends on food imports. Paraguay is self-sufficient in yucca and banana only (Base Is, 2000).
To find out more, continue reading this article at:
por Maria Aparecida Moraes Silva, socióloga rural, 16 de abril, 2020.
Durante este período de quarentena, imposto pela disseminação do coronavírus, tenho recebido em minha casa, produtos alimentícios advindos de supermercados, quitandas e empórios. Recebo tais produtos das mãos de entregadores. Ao higienizá-los antes do consumo, refleti sobre o caminho deles até a minha casa.
Vou tomar o exemplo da laranja. Quais são os caminhos percorridos por esta fruta? Antes de chegar à minha casa, ela estava numa banca de supermercado ou quitanda. Ali fora embalada pelas mãos de um empacotador. Antes, fora transportada por um caminhoneiro empregado por firmas de distribuição, que a recolheu em algum depósito, situado na região onde resido, uma cidade do interior do estado de São Paulo, não longe de muitas plantações de laranja. Antes da chegada ao depósito, esta fruta fora trazida também por caminhoneiro, que por sua vez, recolheu-a num pomar, após ser colhida por um trabalhador ou trabalhadora rural.
Para continuar lendo, visita a página Observatório do Trabalho István Mészáros (OTIM) em:
Por Maria Aparecida de Morais Silva, socióloga rural, 23 de abril, 2020.
Muitas são as notícias, vinculadas em diferentes meios de comunicação, sobre os trabalhadores em serviços essenciais para garantirem a estrutura sanitária e alimentar nestes tempos sombrios causados pelo novo coronavírus. Ainda que tais informações sejam de extrema relevância, vale destacar que uma categoria ausente desta lista de serviços essenciais é a dos/as trabalhadores/as rurais. São elas e eles os responsáveis por levarem os alimentos às feiras, sobretudo, os provenientes da agricultura familiar. Há que se considerar também que outros alimentos são provenientes da agricultura que emprega assalariados/as. Estariam nesta lista, frutas, como a laranja, manga, maçãs, além de legumes, ovos, cebola, alho, carnes (bovina, aves) etc. O que se constata é que tais trabalhadores são obnubilados, negados e considerados inexistentes. Num país de commodities, que chama a atenção do mundo pelos gigantescos volumes de produção de soja, açúcar, carnes, sucos de laranja, isto pode causar certa estranheza.
Para continuar lendo, visita a página dedicada a pandemia do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal São Carlos, em:
Apenas pessoas que entraram nas forças armadas têm expectativa de legalmente enfrentar situações de vida e morte. Pode dizer que têm o dever patriotico de defender seu páis. Mas a administração Trump nos Estados Unidos declarou a indústria de carne é essencial, colocando em risco a vida dos trabalhadores em frigoríficos. Por causa das relações de produção, que exigem que os trabalhares trabalham lado a lado, são centenas já infectados com o cornonavírus em diversos locais.
Otero mandou link de uma analise desta política que destaca os vínculos com América Latina. Próximo 80% dos trabalhadores são da região, enquanto os donos da indústria geralmente “brancos”. Daí temos a imagem dos latinos forçados a trabalhar em condições de risco de vida para a carne dos hamburgers que o Trump adora consumir.
Apontamos que pelo menos um gigante desta indústria é brasileira, a JBS.
por Franco Ordoñez, National Public Radio, 13 abril 2020
The Trump administration wants to provide relief to the farm industry by lowering wages for migrant workers. That has prompted resistance from both labor rights advocates and immigration hardliners.
Due to COVID-19, the specific coronavirus of the 2020 pandemia, the majority of people in many countries of the world have been told to stay home. But some people have been designated as essential workers. In all countries, health care personnel are top on the list, but so are some rarely noticed workers, such as grocery store checkers and harvesters.
Farm workers have struggled for centuries to gain recognition for their important service to humanity, but their victories have been few and far between. In 1963, Brazilian farm workers won a national law regulating union organizing and establishing basic rights. In the United States, they were specifically excluded from labor laws written in the context of the Great Depression and it was only in 1975 that they gained legal recognition in one state of the USA, California.
Today, in the context of the pandemia, their plight has gained renewed attention. Elevated to “essential worker” status, many farm workers and their unions have begun to ask: “If we’re essential, why are we paid so little and provided so few protections for our own health and safety?”
In fact, many California-based farm workers are forced to live and work in conditions tha make “social distancing” impossible to observe. Moreover, their poverty and low pay means they and their families could end up on the street starving to death is the adults can’t work. Furthermore, the fact that many are immigrant workers, not always legally sanctioned to work in the USA, means they have no standing before the law and are subject to deportation policing rather than supportive policies. And yet, California’s farm workers pick some 60 percent of all the fruits, vegetables and nuts consumed in the entire country.
The following links recount some specific stories of these dilemmas.
From the News Hour, Public Broadcasting system, on 20 April 2020