Arquivo do dia: 20/05/2020

Na era do Covid-19, os caminhos da laranja

por Maria Aparecida Moraes Silva, socióloga rural, 16 de abril, 2020.

Durante este período de quarentena, imposto pela disseminação do coronavírus, tenho recebido em minha casa, produtos alimentícios advindos de supermercados, quitandas e empórios. Recebo tais produtos das mãos de entregadores. Ao higienizá-los antes do consumo, refleti sobre o caminho deles até a minha casa.

Vou tomar o exemplo da laranja. Quais são os caminhos percorridos por esta fruta? Antes de chegar à minha casa, ela estava numa banca de supermercado ou quitanda. Ali fora embalada pelas mãos de um empacotador. Antes, fora transportada por um caminhoneiro empregado por firmas de distribuição, que a recolheu em algum depósito, situado na região onde resido, uma cidade do interior do estado de São Paulo, não longe de muitas plantações de laranja. Antes da chegada ao depósito, esta fruta fora trazida também por caminhoneiro, que por sua vez, recolheu-a num pomar, após ser colhida por um trabalhador ou trabalhadora rural.

Para continuar lendo, visita a página Observatório do Trabalho István Mészáros (OTIM) em:

Os caminhos da laranja

Na era do Covid-19, os trabalhadores rurais são essenciais

Por Maria Aparecida de Morais Silva, socióloga rural, 23 de abril, 2020.

Muitas são as notícias, vinculadas em diferentes meios de comunicação, sobre os trabalhadores em serviços essenciais para garantirem a estrutura sanitária e alimentar nestes tempos sombrios causados pelo novo coronavírus. Ainda que tais informações sejam de extrema relevância, vale destacar que uma categoria ausente desta lista de serviços essenciais é a dos/as trabalhadores/as rurais. São elas e eles os responsáveis por levarem os alimentos às feiras, sobretudo, os provenientes da agricultura familiar. Há que se considerar também que outros alimentos são provenientes da agricultura que emprega assalariados/as. Estariam nesta lista, frutas, como a laranja, manga, maçãs, além de legumes, ovos, cebola, alho, carnes (bovina, aves) etc. O que se constata é que tais trabalhadores são obnubilados, negados e considerados inexistentes. Num país de commodities, que chama a atenção do mundo pelos gigantescos volumes de produção de soja, açúcar, carnes, sucos de laranja, isto pode causar certa estranheza.

Para continuar lendo, visita a página dedicada a pandemia do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal São Carlos, em:

http://www.ppgs.ufscar.br/sociologia-na-pandemia-6/

Foto de confinamento de porcos, na página do Observatório do Trabalho István Mészáros/CEGET/UNESP. Consulta em:

Em tempos de coronavírus, os trabalhadores rurais são essenciais